11.18.2010

room service - sónia balacó.










Quando falamos da modelo e actriz, não é preciso muitas explicações.

Conhecida em Portugal na indústria da Moda e da representação, a jovem actriz está agora em Londres, pronta para crescer e desafiar-se, experimentar um pouco do mundo e, acima de tudo, concretizar o passo que sempre soube que iria tomar. Como actriz, teve a sua primeira experiência aos 15 anos, na série Jornalistas, como a personagem Madalena. No seu último trabalho, no Cinema, fez de Sophia na película inglesa "I against I", e confessa que foi o seu maior desafio até agora. Entretanto, ainda fundou a companhia de teatro Há.Que.Dizê.Lo e alimenta frequentemente o seu blogue Narcisicamente.

Quisemos desvendar o que não se sabe de Sónia Balacó através do seu quarto... E descobrimos que é saudavelmente obcecada pela organização dos livros na sua estante, que se perde com edições de livros antigas, adora ir ao cinema e adoraria ter contracenado com Marlon Brandon. Ah! E está a aprender a tocar piano e viola.

Estás em Londres há quanto tempo?
Há quase 3 anos.

Porque decidiste mudar?
Foi algo que eu sempre soube que ia fazer, só ainda não tinha dado o passo. Vim para Londres porque tinha sede de mundo, porque queria crescer como actriz e desafiar-me.

O que mais te surpreendeu em Londres?
Batatas fritas com sabor a marmite, gente completamente alcoolizada às 6 da tarde e um grande desconhecimento do conceito de guardanapo.

Apesar de ser uma cidade fantástica, por certo tens saudades de casa...do que sentes mais falta?
De abraçar a minha família e os meus amigos, de rir com eles, de fazer fisicamente parte do seu dia-a-dia. É certo que há Skype e telefones, mas custa muito saber que não estou presente em todos os momentos.

Qual é o teu lugar favorito da cidade? Ou favoritos...
Adoro o Este, onde moro: o Victoria Park, o Broadway Market...

Fala-me um pouco do teu quarto. O que representa para ti? Como partilhas casa, assume um papel ainda mais especial...ou não?
Sempre olhei para os quartos que tive cá em Londres como provisórios - é completamente diferente de quando morava em Lisboa, onde vivi anos na mesma casa, que tinha as minhas coisas todas e sentia como um espaço plenamente meu. Quando vim para Londres trouxe só uma mala - e o processo de selecção do que deveria ser incluído foi doloroso. De repente tive reduzir os objectos ao mínimo e esse difícil exercício acabou por ser libertador. Talvez seja por isso que aqui tenha o gozo de sentir que sou meio-nómada, se bem que cada vez menos, tendo em conta o número de livros, dvds e móveis que fui adquirindo nestes três anos.

Vejo que o branco é a cor dominante. Alguma razão específica?
Não foi algo pensado, mas é provável que seja um reflexo inconsciente da minha vontade de reter a luz.

Preocupas-te muito com a decoração da casa/quarto?
Minimamente, só no sentido em que a organização do espaço me faça sentir bem. Sou um bocadinho obsessiva-compulsiva com a organização dos livros por géneros e autores e sou capaz de passar o tempo que for preciso a arrumar uma estante.

Sei que alteraste a disposição dos móveis há pouco tempo. Fazes mudanças com frequência?
Mudei o quarto 2 dias depois de a Sara ter vindo cá fotografar provavelmente porque isso me fez pensar na disposição do mesmo, mas não, não faço mudanças frequentemente.

O que não pode faltar no teu quarto?
Livros, aquecimento e um sítio confortável para ler.

Adoro os pequenos conjuntos de fotografias na parede e na porta...é para recordar família e amigos?
Sempre povoei as paredes com fotos. Na minha primeira casa em Lisboa, uma das paredes do meu quarto estava completamente coberta com fotografias. Hoje em dia sou mais moderada, mas continuo a precisar de ver as pessoas que me são importantes todos os dias.

E é impossível não falar dos sapatos...também te perdes com calçado?
Gosto bastante, mas não perco a cabeça. Tal como com a roupa, tenho fases.

Reparei que tens uma colecção de DVD's...
Tenho imensos, mas nada que se compare à biblioteca. Ter a Criterion Collection completa é um plano a longo prazo. Nos livros, perco-me com edições antigas, excelência ao nível da impressão e do design, e boas traduções. A Penguin, a Vintage e a Ecco estão entre as minhas editoras favoritas.

Gostas mais de ver filmes em casa, com pipocas caseiras, ou no cinema?
Nada substitui ver um filme no cinema, e é uma das coisas que mais gosto de fazer!

E já que falamos de cinema...enquanto actriz, preferes o teatro ou a sétima arte?
São meios completamente diferentes, que adoro de maneiras específicas e diferentes. Não tenho de escolher, pois não?

Qual foi a personagem que mais gostaste de fazer até agora?
Sophia, no meu último trabalho para cinema, que foi um desafio tremendo a todos os níveis pelo facto de ser um filme inglês e de ser protagonista, com a pressão acrescida de estar a trabalhar com pessoas que admiro. Foi talvez a personagem que mais exigiu de mim emocionalmente, até agora.

Com quem sonhas contracenar um dia? Algum ídolo?
Se desse para ressuscitar o Brando...

Voltando ao quarto...um Beatle, uma viola e um piano...é mesmo paixão pela música? E tocas?
Estou a aprender ambos os instrumentos, mas ainda estou num nível muito básico. E, sim, adoro música.

O que tens ouvido ultimamente?
Arcade Fire, Summer Camp, Ariel Pink, Sufjan Stevens, Celestial Bodies, Warpaint. E os mesmo de sempre: The Beatles, Ratatat, Chico Buarque, Jorge Ben, Erik Satie.


© photography Sara Gomes
© text Carolina Almeida
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