O director comercial da Vice Portugal fala-nos do quarto, da profissão, das paixões paralelas e do vício dos ténis.
Ponto um: é meio português, meio alemão.
Ponto dois: é viciado em ténis a.k.a. sneakerfreak.
Ponto três: a música é a sua paixão mais antiga.
Ponto quatro: não tem tempo para se dedicar à decoração, apesar de gostar.
Ponto cinco: é um grande adepto do Do It Yourself.
Ponto seis: partilha casa.
Ponto sete: organiza a roupa por cores.
Ponto oito: a sua formação é comunicação empresarial; a cultura urbana, um culto; a revista Vice Portugal, o seu poiso profissional actual.
Adenda ao ponto oito: para trás ficaram as casas Station, Reebok, Spin Management e Fabrico Infinito, e colaborações frequentes com o Lisboa Design Show, a ModaLisboa e Lidija Kolovrat.
Ponto nove: está a desenvolver um projecto em equipa que parte dos blogs Round Square eRound Square Pick-Ups e que deverá evoluir para um mini jornal impresso e passar pelolançamento de uma linha de roupa.
Ponto dez: tem 22 anos.
Este é Markus Ley dividido em dez pontos e uma adenda. O resto é conversa (da boa!)
Podemos começar pelo teu nome? Qual é a origem? Muitos pensam que é só uma assinatura, mas é o meu nome mesmo. E lê-se l-a-i, ou seja, quase ninguém acerta. A origem é da minha família paterna, que é alemã. Tenho aí as minhas raízes, uma costela nórdica.
Mas nasceste em Portugal? Sim. Tenho dupla nacionalidade.
E conheces bem a Alemanha? Conheço.
De que sítio da Alemanha é a tua família? De Siegen, junto à fronteira nórdica.
Identificas-te com a cultura alemã? Não. Gosto muito da ética profissional dos alemães, identifico-me bastante com a maneira como encaram a vida profissional, mas no restante não.
Sei que és um pouco workaholic e és considerado uma pessoa muito profissional. É herança da costela nórdica? De certeza que já está intrínseco em mim, mas também tento esforçar-me por isso...
Vamos até ao teu quarto. Impõe-se que a primeira pergunta seja: quando começou a tua paixão por ténis? Numa fase anterior a envolver-me com este núcleo, com este culto. Sempre tive um fascínio e sempre comprei vários pares de ténis. Entretanto, quando vim para Lisboa, principalmente naquele núcleo do Bairro Alto, comecei a envolver-me com pessoas que partilhavam o mesmo vício e o culto tornou-se mais sério. Comecei também a aprofundar conhecimentos.
E tens os ténis expostos no quarto só porque viemos fotografar? Não, estão sempre assim.
Mas explica-me...um coleccionador, como tu, só gosta de modelos exclusivos? Houve uma altura em que todos nós estávamos mais virados para as edições limitadas, e se o outro tinha, então já não queríamos ter. Mas as coisas mudaram, também estamos mais crescidos!
O que te faz comprar uns ténis? Nesta fase, é o conjunto. Pode ser o mais comum dos modelos, mas se eu gostar, compro.
E consegues dizer-me o Top5 das tuas marcas de sneakers preferidas? Hum...é muito difícil. Neste momento talvez sejam Giuliano Fujiwara, Buttero, Visvim, Gourmet e Alife NYC.
Agora uma ainda mais difícil. Qual é o par que mais gostas? Acho que são os da Alexandra Moura, aqueles vermelhos.
Nunca compraste uns ténis para não usar, com medo de estragar? Não! Nunca fui desses. Uso e sujo e estrago...
Tens ideia de quantos pares tens? Aqui não estão todos. Não consigo dizer...
Cerca de 50? 100? Sim, deve andar à volta dos 100 pares...
Uau! Partilhas casa, certo? O que é que o teu quarto representa para ti? Vou ser muito sincero...nesta fase, significa o local de descanso, porque passo muito tempo fora de casa. E agora já estou um pouco melhor. Houve uma fase em que estava em casa três ou quatro horas, só para dormir...
O que para ti é indispensável no quarto (além da cama, claro)? Ténis!
Decidiste renunciar aos armários porquê? Gosto de ter logo acesso à minha roupa. E acho que ainda não cheguei à fase dos guarda-roupa...(risos)
É incrível! Agora que reparo, tens a roupa dividida por cores! É verdade...
Há pouco falavas dos ténis da Alexandra Moura...que outros designers portugueses te chamam mais a atenção? Gosto muito da Lidija, White Tent, algumas coisas de Aforest Design.
Mas sentes aquele orgulho de comprar o que é português? Não, não é por esse lado. Acho que ou é bom ou não é. Se for bom e português, ainda melhor.
No teu percurso profissional passaste por uma agência de músicos. Onde é que a música se encaixa na tua vida? O gosto pela música surgiu, provavelmente, antes do fascínio pelos ténis. Há muitos anos que compro discos vinil.
Pois, já reparei na colecção... A música é, como se diz, a nata ou o chocolate da minha vida.
Tocas? Produzes? Tento tocar, tento produzir...sim, tenho alguns projectos, nada de muito sério. Também gosto muito de partilhar os discos que compro e compro sempre que posso. Discos vinil, nunca CD's.
Onde costumas comprar os discos? Na Supafly.
(Sara) Não compras no eBay? Sim, o que o Chico não consegue arranjar...
Quem é o Chico? O Chico (ou Daddy Cheeks) é o dono da Supafly, na Rua do Norte.
© photography Sara Gomes
© text Carolina Almeida
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